O Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (OICS), plataforma desenvolvida pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) no âmbito do projeto CITinova, realizou o IV Seminário Internacional de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), em 2 de dezembro, com participação de especialistas do Brasil e de outros países.
O evento on line e aberto ao público teve como objetivo compartilhar e destacar experiências brasileiras de cidades que implementaram projetos em SbN, e contou com a parceria da Fundação Grupo Boticário e da Aliança Bioconexão Urbana.
Regina Silverio, diretora do CGEE, abriu o evento dando destaque à plataforma OICS: “O nosso propósito é fazer com que os gestores públicos vejam nessas plataformas instrumentos que possam auxiliar na gestão dos municípios”. Ela ressaltou que iniciativas em Soluções baseadas na Natureza, “não melhoram somente a qualidade de vida dos cidadãos em ambientes urbanos, mas também podem nos ajudar a mitigar as questões climáticas”.
Em seguida, a analista técnica de meio ambiente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Sofia Zagallo, ressaltou que promover o desenvolvimento sustentável é um desafio para todos os gestores, independente do porte populacional ou da região onde o município está localizado. “A ausência histórica de financiamento federal e de capacitação técnica para a gestão ambiental municipal, aliada às desigualdades sociais e a ação humana sobre o território, criam um cenário desafiador mas também propício para o surgimento de soluções inovadoras, que sejam mais baratas e também inspiradas na natureza”, afirmou.
Asher Lessels, gerente de portfólio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), órgão implementador do projeto CITinova, falou da urgência que as mudanças climáticas exigem na agenda governamental. “Estamos em uma emergência planetária. As SbN são a maneira mais sustentável para enfrentar esse desafio”, disse.
Marcelo Morales, secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), enfatizou a importância, em um mundo pós-pandemia, da parceria entre os governos, a academia, empresas e sociedade civil, “na busca de alinhamento estratégico para a solução de complexos desafios urbanos, como a segurança hídrica e a extrema desigualdade social, além de fortalecer a resiliência climática e o fomento a economia verde de baixo carbono”.
As SbN vêm ganhando espaço nas discussões internacionais como uma das ações relevantes para a promoção da resiliência urbana, adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Assim, o IV Seminário Internacional sobre Soluções baseadas na Natureza buscou também atualizar os gestores públicos nacionais sobre os debates com foco nesse tema ocorridos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP 26) e contou, no primeiro painel, com autoridades de outros países.
Em seguida, a equipe do CITinova, realizado pelo MCTI, fez apresentações sobre esse projeto multilateral. Já o painel Cidades e SbN reuniu gestores públicos de diferentes localidades brasileiras, como Recife, Niterói e Distrito Federal, para exibir as ações em sustentabilidade que são utilizadas nas respectivas regiões. Para finalizar, o painel Mulheres e SbN reuniu personalidades femininas que lideram projetos nessa temática.
Na parte da tarde, o destaque foi para o OICS, plataforma que mapeia, produz e dissemina conhecimento sobre diferentes temas, entre eles Soluções baseadas na Natureza. As SbN utilizam e empregam as propriedades dos ecossistemas e os serviços que estes fornecem, proporcionando benefícios ambientais, sociais e econômicos e são aplicadas, por exemplo, em infraestruturas verdes e azuis, ajudando a promover maior resiliência às mudanças do clima e qualidade ambiental.
O OICS trabalha a temática em parceria com diversas instituições na iniciativa Aliança Bioconexão Urbana, que tem como principal objetivo fomentar políticas públicas brasileiras que considerem infraestruturas verdes e azuis, promovendo cada vez mais a adoção de SbN no Brasil.
Confira o seminário, na íntegra, no canal do CGEE no YouTube. Para acessar, clique aqui.
Com informações da equipe de Comunicação do CGEE
