CITinova avança no Plano de Adaptação Setorial do Recife

Oferecer conteúdo, metodologias e ferramentas de planejamento urbano para apoiar gestores públicos, incentivar a participação social e contribuir na redução de danos causadas pelas mudanças climáticas é um dos objetivos do CITinova, projeto multilateral financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês).

Entre as iniciativas apoiadas pelo projeto, o  Plano de Adaptação Setorial do Recife (PASR) faz parte de um conjunto de entregas relacionadas ao desenvolvimento sustentável executadas da capital pernambucana pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES), uma das instituições coexecutoras do CITInova.

Construir e planejar o futuro do Recife requer a soma de esforços, conhecimentos e pontos de vista que contemplam a diversidade de demandas existentes na capital pernambucana. Sob a ótica da participação ativa de atores-chave, grupos e instituições, o PARS iniciou nesta quarta-feira (19) a etapa de reuniões em Grupos de Trabalho (GTs) para engajar e discutir temas relevantes, problemas, soluções e novas ações dentro da realidade da cidade.

Com a parceria do Porto Digital, Prefeitura da Cidade do Recife, ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e WayCarbon, o plano encontra-se na etapa de construção do Relatório de Avaliação dos Riscos Setoriais, que receberá suporte dos Grupos de Trabalho (GTs).

Para Marina Lopes, gerente de projetos do ICLEI, o desenvolvimento de um plano de adaptação focado nos setores prioritários é de extrema importância para o Brasil.

Escolhidos por serem considerados estratégicos e centrais para o desenvolvimento urbano do Recife, o Plano de Adaptação Setorial abrange quatro setores-chave: Economia, Saneamento, Mobilidade e Transformação Urbana. “Se a gente não fizer uma adaptação nesses setores tudo acaba ruindo. O objetivo foi dar uma atenção especial para eles e, a partir disso, estruturar a adaptação e resiliência no resto da cidade”, argumenta a gerente de projetos.

Conforme Leta Vieira, Coordenadora do ICLEI, os Grupos de Trabalho seguem a mesma metodologia do Plano de Ordenamento Territorial do Recife. Dessa forma, as representatividades atuarão em cada GT considerando os percentuais para Órgãos Públicos (37,5%), Sociedade Civil (25%), Academia, técnicos e profissionais (25%) e o Empresariado (12,5%).

Com mais de 40 pessoas presentes, o setor de Economia foi tema do primeiro GT. A previsão é que a primeira etapa de reuniões dos Grupos de Trabalho seja concluída até o fim de janeiro, após os encontros com todos os setores.

Eventos climáticos extremos

O histórico de eventos climáticos extremos, cheias, deslizamentos de barreiras e casos de arboviroses, por exemplo, classificam o Recife como a 16ª cidade do planeta mais vulnerável às mudanças climáticas segundo o Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2021).

O Plano de Adaptação visa incentivar ações que influenciam na mudança desse cenário. Como comenta a analista de projetos da ARIES, Daiane Vieira, “o PASR é uma tentativa de políticas públicas que visa o desenvolvimento sustentável do Recife, na medida em que analisa e antecipa projeções, dados e riscos para a cidade voltados às mudanças climáticas, incluindo singularidades, vulnerabilidades da região e o percurso desenvolvido até então sobre o tema pelo município”.

Por Giselle Cahú, da equipe de comunicação ARIES/CITinova.


Rio-Capibaribe. Foto: Giselle Cahu

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