Usinas fotovoltaicas têm destaque em apresentação do Distrito Federal na COP27

A Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA) apresentou projetos-piloto do CITinova na COP27, em painel sobre cidades verdes na América Latina

As usinas fotovoltaicas que serão instaladas com financiamento do projeto CITinova no Distrito Federal foram mencionadas como exemplo de boas práticas para a sustentabilidade e gestão integrada, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), realizada no Egito, em novembro. O evento teve como objetivo reforçar o compromisso dos países participantes com ações de mitigação e enfrentamento aos efeitos nocivos da ação humana sobre o meio ambiente.

Em parceria com o projeto CITinova, a Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA-DF) está prestes a implantar, em Brasília, um projeto-piloto de usinas solares fotovoltaicas para atender prédios públicos de parques, escolas e um hospital. A iniciativa tem o objetivo de diversificar a matriz energética no DF e deve ser implementada ainda no primeiro semestre de 2023.

Durante a COP-27, as usinas, assim como outras ações de mitigação e adaptação implementadas por SEMA-DF, foram citadas durante o Painel Cidades Verdes Latinoamericanas: o papel do meio ambiente no alcance do carbono zero, organizado na área de negociações do Local Governments and Municipal Authorities, na Blue Zone.

Quem apresentou a iniciativa foi o secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA-DF), Sarney Filho. Ele também destacou a importância da transição energética para matrizes mais limpas no enfrentamento à crise climática.

Além das usinas, também foram mencionadas iniciativas voltadas para a recuperação de nascentes e a implantação de agroflorestais com o apoio do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), pelo Projeto CITinova.

Usinas fotovoltaicas

A instalação de unidades da Usina Modelo de Energia Fotovoltaica e de placas nos telhados dos prédios de parques, além de estações de recarga para veículos elétricos, faz parte da estratégia de promoção de energia limpa no DF, prevista no Planejamento Estratégico de 2019 a 2060, e está sendo viabilizada pelo projeto CITinova, executado  pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), com recursos do Governo do Distrito Federal e apoio do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. 

A iniciativa é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Gerada a partir da captação da luz solar, convertida em corrente elétrica contínua, passando por conversão para corrente alternada de distribuição e uso, a energia fotovoltaica tem entre suas principais vantagens ser uma energia limpa e renovável, alternativa aos combustíveis fósseis, que reduz as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), além de contribuir para que comunidades de baixa renda tenham acesso à luz solar, incentivando a melhoria do saneamento básico e outros serviços essenciais.

A planta central será no Parque Ecológico de Águas Claras, enquanto infraestruturas de menor porte serão instaladas em outras unidades de conservação: os parques ecológicos Ezechias Heringer, Dom Bosco e do Cortado, que abriga o Hospital Veterinário de Brasília. Já o Jardim Zoológico e o Jardim Botânico de Brasília vão receber duas unidades de recarga para veículos elétricos.

A energia gerada pela usina, de aproximadamente 500 kWp, será injetada no sistema de distribuição e compensada de acordo com as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os créditos serão utilizados para atender parques e escolas públicas.

POTENCIAL FOTOVOLTAICO NO DF

Situado no Cerrado, o Distrito Federal recebe energia elétrica majoritariamente de hidrelétricas que estão bem distantes: cerca de 80% vem da Usina Hidrelétrica de Furnas e 20% da Usina de Itaipu. 

Com área territorial de 5.780 km2, são necessários apenas 24 km2 de painéis fotovoltaicos para gerar toda a eletricidade consumida atualmente. Ou seja, com uma área que representa apenas 0,41% do território coberta por painéis solares seria possível abastecer toda a Capital Federal com energia limpa e renovável. Mesmo com o aumento das áreas urbanizadas, a estimativa é que não chegue em 1%.

Segundo levantamento de 2016 realizado pela Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, a Capital Federal possui diversas razões para ser a impulsionadora da energia solar do país. Sua localização e características climáticas facilitam o desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica, permitindo uma maior geração de energia pelo sistema. A irradiação global horizontal brasileira varia de 4,25 a 6,5 kWh/m2. Considerando o plano inclinado, onde é possível obter o aproveitamento máximo, o Distrito Federal possui uma média anual de 5,8 kWh/m2, acima da média

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